O programa que apresentamos em video e que tambem está disponível no Youtube-ecologia em ação - unidade de conservação de fauna - faz retrospecto do que foi a tentativa do IBAMA e do Instituto Chico Mendes em presentear a região da Baia da Babitonga - o maior sistema manglar de Santa Catarina - com o projeto denominado UNIDADE DE ESTUDOS E CONSERVAÇÃO DE FAUNA.
Afinal, o que pretendia esse Projeto?
De acordo com o resumo do projeto - pretendia-se implantar a inteligencia biológica nesta região como o maior centro de pesquisas e estudos da America do Sul, tendo como laboratório natural os manguezais, sua fauna silvestre e a biodiversidade botânica.
De acordo com o resumo do projeto - pretendia-se implantar a inteligencia biológica nesta região como o maior centro de pesquisas e estudos da America do Sul, tendo como laboratório natural os manguezais, sua fauna silvestre e a biodiversidade botânica.
Com a UCF criada, poderiam os nossos deputados federais da região, incluir no Orçamento da União, milhões de reais a fundo perdido que dariam oportunidades de estudo para universitários da UNIVILLE e Univale. Esses pesquisadores de se dedicariam ao estudo aprofundado de algo que ainda não conhecemos e não protegemos. Seriam rubricas no Orçamento da União que concederia bolsas de estudos de pós-graduação, possibilitariam a formação de centenas de pesquisadores, teríamos dinheiro para formar Mestres em Ciência do ecossistema da Babitonga. Essa possibilidade de acumulação do conhecimento e inteligência, a criação de acervos técnicos, etc. alem de servir como pesquisa básica, para que se tivesse informações para projetos mais avançados. A fauna do ecossistema Babitonga tem inúmeras especies nas listas de animais em extinção. Outros tantos projetos e estudos seriam dedicados a aumentar a produção e rentabilidade pesqueira; apoio e suporte técnico da maricultura; aumento da criação de ostras, mariscos, berbigões, camarões, tainhas, meros, etc. etc. Esses estudos criariam profissionais de elite, professores fabricados em aulas praticas no ecossistema, mestres e doutores qualificados não como livreiros, mas como técnicos que aprenderam no "chão de fabrica" palavras de entendimento dos industriais, ou no "canteiro de obras" como conhecem os construtores ou ainda aprender fazendo tendo o mangue, a água salgada, as marés, os animais como cenários do aprendizado.
Laboratórios seriam instalados em pontos estratégicos da baia. Estudariam as aguas, os sedimentos, a alimentação das aves de migração, a biologia do mão pelada, dos guarás, biguás, toninhas, meros, tainhas, caranguejos, siris, jacaré do papo amarelo, e tantos outros ja catalogados e que passam das 300 especies que nesta baia vivem e que por aqui passam migratoriamente a cada novo calendário anual.
Passo informações disponíveis nos jornais da época:
Convido-os a acessar as paginas abaixo para que se inteirem melhor dos acontecimentos em artigo de minha autoria publicado no Jornal CIDADE.
UC – unidade de conservação de fauna
Gert Roland Fischer(*)
Em 2007 o Instituto
Chico Mendes e o Ibama ofereceram um valioso presente para o povo dos
municípios que circundam a Baia. Os empreendedores desses mesmos municípios não
entenderam o significado do presente e o devolveram judicialmente em forma de
liminar.
O projeto da Unidade
de Conservação de Fauna foi elaborado por pesquisadores de renome nacional a
partir de 2005. Ibama e Instituto Chico Mendes deram apoio e ajudaram na
definição dos parâmetros. A então Ministra Marina Silva escolheu como primeira
UCF a ser criada no Brasil, o estado de
Santa Catarina, por apresentar um dos melhores mangues a receber o presente. O
Ibama foi programado para apresentar o projeto em 2007 em 8 audiências publicas
nos municípios que compõe o bioma de preservação permanente.
Logo após a primeira
audiência publica, um grupo de políticos e empreendedores se assustou com o que
estavam ouvindo falar. Pelos comentários da imprensa empresarial notou-se que
os “assustados” não estavam sequer interessados em conhecer os detalhes do
projeto. Com a possibilidade de
aprovação da UC de Fauna os “assustados”
viram cair por terra projetos bilionários que estavam sendo tramados a sete
chaves e que pretendiam particularizar grandes extensões de manguezais.
Luiz Henrique disse:
temos que artir para a guerra. Como atores de “confiança” as ONGs do comercio e
industria atuantes na Baia da Babitonga foram abduzidas e montaram estratégias
para “envenenar” os maiores beneficiários com a UCF – os 2.000 pescadores
atuantes na época. Para puxar para o lado “capital” os pescadores, minaram as
associações de pescadores colocando problemas
nas cabeças desse povo humilde que acredita ainda em “políticos”. Começaram a
difamar e a jogar sujo contra os funcionários e engenheiros, biólogos do Ibama
e FCM, denegriram as entidades ambientalistas regionais. Diante da fraqueza de
informações e argumentação técnica coerente para defender o projeto os funcionários
do IBAMA fizeram um cem numero do golos contra.
Uma caravana
liderada pelo Governador Luiz Henrique da Silveira, inimigo n. 1 do Ibama, por
projetos emotivos paralizados no passado e que sem licenciamento e de forma
intempestiva e arrogante havia autorizado, foi a Brasilia falar com Lula.
Acompanhava a caravana a professorinha da Rua Graciosa – Ideli Salvati que se
transformara em Senadora. Lula chamou a Ministra do Meio Ambiente Marina Silva para
o gabinete da presidência. Levou um puxão de orelhas e foi lhe dito que
desativasse imediatamente este espetacular presente oferecido para os
catarinenses. Uma liminar assinada pelas ONGS do comercio e Industria,
protocolada na Justiça parou com toda a movimentação, sonho de centenas de
pesquisadores, alunos de biologia, alunos de oceanografia e engenheiros
florestais e ambientais.
Não se falou mais no assunto. Os reitores da Univille e Univale pesarosos viram
escapar pelos dedos milionárias verbas que poderiam engordar o orçamento da
União com verbas para SC, caso a primeira Unidade de Conservação de Fauna fosse
criada. Morria o sonho de décadas. Com
a não criação da Unidade de Conservação de Fauna, perderam os universitários do
Sul do Brasil, perderam os professores, perderam as comunidades pesqueiras.
Perdia-se a oportunidade de estudos sérios dos manguezais, sua fauna silvestre
e ictiofauna. Esse grande laboratório a céu aberto de 130 km², que estudaria
algumas espécies relacionadas na lista de animais em extinção - toninhas, os
meros, entre outros, não se tornaria realidade. Nossos professores despencaram
para a desilusão, vendo dias gloriosos para a pesquisa serem triturados por um
bando de empreendedores imediatistas e desinformados, aliados a uma imprensa meia
boca e apoiados por políticos oportunistas e
descompromissados com os contribuintes e com povo que os elegeu.
Udo Döhler disse para o DC no dia 09.10.2007: “Seria um equivoco imperdoável – resumiu o
presidente da ACIJ sobre o projeto do Ibama de criar uma reserva de fauna na
Baia da Babitonga. Disse que o presidente Lula ficou sensibilizado com o “PROBLEMA”
e que varias autoridades estão sendo acionadas para que esse projeto não seja
aprovado”
(*)
autor do livro MANGUES- Conseguiremos Conservá-los ? 1983
Nenhum comentário:
Postar um comentário