RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL
Eng.
Gert Roland Fischer (*)
A Resolução CONAMA
307 DE 2002, foi um dos mais importantes manuais regulatórios disponibilizados
à sociedade brasileira. O objetivo do
Conselho Nacional de Meio ambiente por questões humanitárias pretendeu que os
resíduos da construção civil, fossem reutilizados como a mais importante
matéria prima para beneficiar as classes marginais da sociedade brasileira.
Para as prefeituras
a RC 307 seria a solução para a crônica choradeira da falta de dinheiro publico
para obras, reformas e emergências. Os
custos simbólicos dos materiais reciclados possibilitariam dobrar o numero de casas
populares construídas; reduzir pela metade o custo do quilometro asfaltado e ampliar
o numero de leitos hospitalares utilizando lixo que não é lixo, matéria primas
que hoje são criminosamente lançados em terrenos privados, em áreas publicas,
nas margens de rios, entupindo drenagens, destruindo e poluindo manguezais e
APPs.
Por que essa
Resolução CONAMA 307 de 2002, não consegue ser implantada nos municípios
brasileiros?
Entenda como funciona essa máfia.
A compra licitada de
brita, pedras, rachões, seixos rolados, areia, ferro, tubos de concreto, meio
fio, entre outros, é feita no mercado controlado pelo SINDUSCON. Esse controle
hegemônico, coloca prefeitos sem opções, reféns do bando.
Os gigantescos
volumes de RCC gerados pelas empreiteiras contratadas pelas prefeituras quando
executam obras quebrando pavimentos, calçadas, pátios concretados são todos
descartados criminosamente impactando o ambiente natural.
Os projetos MINHA
CASA MINHA DESGRAÇA são todos construídos com materiais de terceira qualidade, custando
o triplo do que paga o setor da construção privada. São geralmente
fornecidos por empresas de vereadores e de políticos ou de “amigos de políticos”, tudo sem controle de qualidade dos materiais. O
resultado é dramático. Construidos criminosamente
e financiadas pelos “cumpanheros” da Caixa, serão ofertados habitações sufocantes,
claustrofóbicas e de alto risco físico e sanitário.
As edificações de
prédios públicos, antes mesmo de ocupados, apresentam infiltrações, rachaduras.
Os contribuintes terão despesas eternas com os mesmos. Proposital ? Sim. É
assim que funciona essa pseudo democracia.
A solução é bem simples.
Vereadores
comprometidos com o povo, aprovam lei obrigando nos contratos licitados, clausulas
obrigando o uso de pelo menos 30% de materiais reciclados da construção civil
certificados pela SINDUSCON. Existindo demanda, não faltarão investidores para
recuperar, reciclar e reutilizar os resíduos da construção civil.
(*)
produtor e apresentador do programa Ecologia em Ação
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