13 de junho de 2014

INDENIZAÇÕES AOS DESCENDENTES DE IMIGRANTES ALEMÃES

Maus tratos, estupros, saqueamento de riquezas, destruição de patrimônio cultural, prisões, desaparecidos, apropriação indevida de veículos, terras, prédios, fabricas, e muito mais são informações que nunca foram contadas para o povo brasileiro.
Gert Roland Fischer (*)

            Uma velha figueira nativa judiada e maltratada pelos humanos em suas raízes com fogo, facões, foices e martelos, da Praça Getulio Vargas – zona Sul de Joinville. O  peso de centenas de bromélias que se encheram de água, caiu esta semana. Caiu exatamente sobre o busto do Ditador. Decapitando-o. Colocando-o de cara no chão.
            Descendentes de alemães, húngaros, poloneses, ucranianos, austríacos, genericamente conhecidos como “alemães” sorriram com essa noticia. Para muitos essa decapitação figurativa – se bem que tenuemente,  vingou simbolicamente os descendentes “alemães”. Eu, particularmente me senti vingado  em parte.
            Muitos ainda vivos, memorizam o que os pais e avós sofreram nas mãos dos “capangas” do Getúlio.  Com carta branca oferecida pelo Ditador, atrocidades, perseguições e mutilações foram sendo causadas pelas tropas e pelos espiões do ditador Getulio. Essas milhares de pessoas construíram no Sul um Brasil nos moldes “alemães. Um Brasil forte, pujante, produtivo e ordeiro. Esses patrícios de forma grotesca e burra, foram rotulados como Alemães nazistas, quinta-colunas, criminosos de guerra e traidores. Esses “ nazistas” de Santa Catarina construíram marcas nacional e internacionalmente famosas: Consul, Raimann, Benak, Stoll, Strauss, Tupy, Eletroaço Altona, Schmidt, Stein, Malharias com as dos Meyer, Grubba, Schmalz, Drolshagen e muitos mais.
            Os meganhas e os cupinchas do Gegê entraram nas fábricas, quebraram como vândalos tudo, roubaram os cofres, queimaram livros técnicos, prenderam os proprietários, humilharam as famílias, tudo com carta branca concedida pelo Gegê como era conhecido pelos íntimos de salas escuras.
            E foi exatamente nesta praça onde com  meu trabalho voluntario a mantenho  limpa, bonita e bem atraente para que as famílias retornem ao laser até bem pouco tempo ocupado por viciados, contraventores, prostitutos e prostitutas, que rolou a cabeça de imitação de bronze. Sem a cara do Gegê fico mais a vontade. Sinto agora que o ditador  não mais me vigia.
No Face o Francisco escreveu:
            -- O que aconteceu em Santa Catarina não foi diferente do que aconteceu nos outros estados onde tinham Imigração Alemã e Italiana. Desde quando cheguei em Joinville em 1985, perguntava aos descendentes de alemães o que ocorreu aqui. Nunca obtive respostas e acho que aqui houve um crime de guerra. Não sei a extensão mas foi muito pior do que contam nos documentários. Existe uma história que precisa ser resgatada e apresentada para que se saiba tudo o que os descendentes de alemães sofreram aqui.
            Se os chamados de "Subversivos de 64" hoje recebem indenizações do governo pelos maus tratos que sofreram quando seqüestraram embaixador, assaltaram bancos e muito mais (sem tirar o mérito deles) acho que estes alemães e italianos que nada fizeram, mas sofreram como se tivessem cometido Crime de Guerra aqui no Brasil nas áreas de colonização germânicas de Santa Catarina,  também merecidamente devem ser indenizados para tentar apagar o mal que receberam e os traumas que ainda hoje muitos carregam.


(*) filho de Eugênio e Verônica Reu Fischer 

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