INDENIZAÇÕES AOS DESCENDENTES DE IMIGRANTES ALEMÃES
Maus tratos, estupros, saqueamento de
riquezas, destruição de patrimônio cultural, prisões, desaparecidos,
apropriação indevida de veículos, terras, prédios, fabricas, e muito mais são
informações que nunca foram contadas para o povo brasileiro.
Gert Roland Fischer (*)
Uma
velha figueira nativa judiada e maltratada pelos humanos em suas raízes com fogo,
facões, foices e martelos, da Praça Getulio Vargas – zona Sul de Joinville. O peso de centenas de bromélias que se encheram
de água, caiu esta semana. Caiu exatamente sobre o busto do Ditador. Decapitando-o.
Colocando-o de cara no chão.
Descendentes
de alemães, húngaros, poloneses, ucranianos, austríacos, genericamente
conhecidos como “alemães” sorriram com essa noticia. Para muitos essa
decapitação figurativa – se bem que tenuemente, vingou
simbolicamente os descendentes “alemães”. Eu, particularmente me senti
vingado em parte.
Muitos
ainda vivos, memorizam o que os pais e avós sofreram nas mãos dos “capangas” do
Getúlio. Com carta branca oferecida pelo
Ditador, atrocidades, perseguições e mutilações foram sendo causadas pelas tropas
e pelos espiões do ditador Getulio. Essas milhares de pessoas construíram no
Sul um Brasil nos moldes “alemães. Um Brasil forte, pujante, produtivo e
ordeiro. Esses patrícios de forma grotesca e burra, foram rotulados como
Alemães nazistas, quinta-colunas, criminosos de guerra e traidores. Esses “
nazistas” de Santa Catarina construíram marcas nacional e internacionalmente
famosas: Consul, Raimann, Benak, Stoll, Strauss, Tupy, Eletroaço Altona,
Schmidt, Stein, Malharias com as dos Meyer, Grubba, Schmalz, Drolshagen e muitos
mais.
Os
meganhas e os cupinchas do Gegê entraram nas fábricas, quebraram como vândalos
tudo, roubaram os cofres, queimaram livros técnicos, prenderam os
proprietários, humilharam as famílias, tudo com carta branca concedida pelo Gegê como era conhecido pelos íntimos
de salas escuras.
E
foi exatamente nesta praça onde com meu
trabalho voluntario a mantenho limpa,
bonita e bem atraente para que as famílias retornem ao laser até bem pouco
tempo ocupado por viciados, contraventores, prostitutos e prostitutas, que
rolou a cabeça de imitação de bronze. Sem a cara do Gegê fico mais a vontade. Sinto
agora que o ditador não mais me vigia.
No Face o Francisco escreveu:
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O que aconteceu em Santa Catarina não foi diferente do que aconteceu nos outros
estados onde tinham Imigração Alemã e Italiana. Desde quando cheguei em
Joinville em 1985, perguntava aos descendentes de alemães o que ocorreu aqui. Nunca
obtive respostas e acho que aqui houve um crime de guerra. Não sei a extensão
mas foi muito pior do que contam nos documentários. Existe uma história que
precisa ser resgatada e apresentada para que se saiba tudo o que os
descendentes de alemães sofreram aqui.
Se
os chamados de "Subversivos de 64" hoje recebem indenizações do
governo pelos maus tratos que sofreram quando seqüestraram embaixador,
assaltaram bancos e muito mais (sem tirar o mérito deles) acho que estes
alemães e italianos que nada fizeram, mas sofreram como se tivessem cometido
Crime de Guerra aqui no Brasil nas áreas de colonização germânicas de Santa
Catarina, também merecidamente devem ser
indenizados para tentar apagar o mal que receberam e os traumas que ainda hoje
muitos carregam.
(*) filho de Eugênio e Verônica Reu Fischer