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Em
uma escala de medição da concentração de partículas PM 2.5 (as de diâmetro igual
ou inferior a 2.5 micrômetros, altamente nocivas por serem difíceis de serem
filtradas) em um metro cúbico de ar chegou a 993 em janeiro em Pequim –
em um episódio que ficou conhecido como o “arpocalipse”. A régua de medição,
criada em Pequim pela Embaixada dos Estados Unidos, vai de 0 (ar não é
poluído) a 500 (poluição altamente nociva). Conforme a Organização
Mundial da Saúde, concentrações acima de 100 micrômetros por metro cúbico
são consideradas o pior nível para a saúde.
17
/ 05 / 2013
Poluição
é maior causa de protestos na China; situação é caótica em
Pequim

Mais
da metade dos incidentes públicos na China são originados da insatisfação com o
meio ambiente no país, conforme Chen Jiping, ex-chefe do Comitê de Assuntos
Políticos e Legislativos do Partido Comunista da China (PCC). Há entre 30 mil e
50 mil protestos anualmente no país, de acordo com Chen.
“Se
você quer construir uma planta industrial, e essa planta poderá causar câncer,
como as pessoas poderiam permanecer calmas?”, indagou Chen durante a Conferência
Popular de Consulta e Política em abril, em Pequim.
Com o
aumento da pressão social, até mesmo as políticas nacionais precisaram ser
mudadas. Na semana passada, foi o final de semana que mudou de data. A China
celebra no dia 4 de maio um importante movimento estudantil ocorrido em 1919.
Mas em Chengdu, capital da província de Sichuan, a data também representa o
aniversário de seis anos de um protesto contra a construção de uma refinaria de
óleo e produtos petroquímicos, como o P-xileno, da PetroChina – um projeto que
absorveu um investimento de US$ 6 bilhões.
Durante
a semana que precedeu o dia 4, milhares de mensagens e panfletos foram
distribuídos pela cidade e entre seus 15 milhões de habitantes urbanos. Os
textos chamavam para um protesto contra a instalação de outras fábricas que
produzem P-xileno – um químico altamente poluente utilizado na fabricação de
plástico PET – na região. Uma mulher foi obrigada a pedir desculpas na televisão
local por repassar um post no seu microblog pessoal sobre o protesto, marcado
para o meio-dia de sábado.
Dez
dissidentes foram presos e moradores receberam a visita de policiais que pediam
que as pessoas “não acreditassem nos boatos disseminados por pessoas que queriam
utilizar a data para criar caos”. A resposta do governo provincial foi trocar o
final de semana para a segunda-feira, dia 6, deixando o sábado como um dia útil
e minando as chances de o protesto virar um grande aglomerado fora do
controle.
Procurada
pelo Terra, a prefeitura de Chengdu não quis dar entrevista sobre o
ocorrido.
Em
Kunming, cidade vizinha, o protesto contra a mesma fábrica aconteceu e levou
mais de duas mil pessoas às ruas. A refinaria da PetroChina é alvo de protestos
desde 2007, e a mobilização social já conseguiu embargar a contrução de plantas
nas cidades de Xiamen, Dalian e Nigbo.
“Arpocalipse” –
Estudo publicado em março pelo Deutsche Bank aponta que o governo central
precisa de um plano “big bang” para lidar com sua crise ambiental. O nome do
plano sugerido pelo banco é consoante à realidade dos números da poluição do ar
no país, que chegaram ao cataclismo em janeiro deste ano.
Em uma
escala de medição da concentração de partículas PM 2.5 (as de diâmetro igual ou
inferior a 2.5 micrômetros, altamente nocivas por serem difíceis de serem
filtradas) em um metro cúbico de ar chegou a 993 em janeiro em Pequim – em um
episódio que ficou conhecido como o “arpocalipse”. A régua de medição, criada em
Pequim pela Embaixada dos Estados Unidos, vai de 0 (ar não é poluído) a 500
(poluição altamente nociva). Conforme a Organização Mundial da Saúde,
concentrações acima de 100 micrômetros por metro cúbico são consideradas o pior
nível para a saúde.
Na
capital chinesa, a situação é mais do que caótica. Um estudo liderado pela
Universidade de Pequim e o Greenpeace mostra que o alto índice de PM2.5 no ar
causam a morte de 8.572 pessoas ao ano, o que representa um perda econômica de
US$ 1,08 bilhão ao centro do poder do PCC.
Depois
do “arpocalipse” de janeiro, a prefeitura de Pequim anunciou um investimento de
100 bilhões de yuans (R$ 32,7 bilhões) em três anos para tratar da poluição do
ar e esgotos. Mais de 39% da contaminação do ar na cidade, contudo, vem dos
arredores; em um raio de 600 quilômetros da cidade há mais carvão consumido do
que nos Estados Unidos. A província vizinha de Hebei é responsável por 80% da
queima nacional de carvão – a fonte de energia mais utilizada na China. Entre
50% e 70% das PM2.5 respiradas em Pequim são oriundas de Hebei e Shandong, que
dividem fronteira com a capital. As duas províncias juntas consumiram, em 2011,
700 milhões de toneladas de carvão – mais do que a Alemanha queima anualmente e
do consumo total da Índia –, segundo o Greenpeace.
Mídia –
Pauta diária das mídias nacional e estrangeira, a crise ambiental chinesa tem
levado centenas de milhares de chineses às ruas para protestar por melhores
condições de vida. E muitos dos protestos, como o marcado para acontecer no dia
4 de maio em Chengdu, tornam-se possíveis em função das novas ferramentas
eletrônicas disponíveis.
“O
governo agora se vê pressionado para lidar com os casos mais rapidamente, pois a
imprensa está revelando muito mais casos, e as pessoas ficam sabendo mais
através das mídias sociais”, aponta Ma Haibing, gerente do programa para a China
do Worldwatch Institute, de Washington.
De
acordo com Yang Zhaofei, vice-diretor da Sociedade Chinesa de Ciência Ambiental,
o número de incidentes públicos envolvendo poluição vem crescendo a uma média de
29% ao ano desde 1996. No ano passado, o aumento foi de 120% comparado ao ano
anterior. “Esse acréscimo está ligado intimamente à popularização da internet e,
especialmente, ao surgimento dos microblogs”, avalia Ma.
O
especialista explica que, há uma década, o assunto “meio ambiente” era ainda um
tabu, e muitas das histórias envolvendo vilas de câncer e poluição por fábricas
eram somente reveladas por empresas de mídia de outras províncias, que não
poderiam sofrer retaliação das prefeituras diretamente. Com a escalada do uso de
redes sociais nos últimos dois anos, ocultar casos como o de Sichuan se tornou
uma tarefa quase impossível.
Em
Niuchong, uma vila na província de Hubei, o número de pacientes com câncer
aumentou 80% nos últimos 30 anos. A poluição da água por crômio-6, cádmio e
arsênico causada pela Dasheng, empresa que explora mina de fosfato e fabrica
fertilizantes, fez de Niuchong um dos mais novos casos crônicos de vilas de
câncer na China – um lugar onde nem os porcos sobrevivem à alimentação com
melancias plantadas na região. Desde 2010, um grupo organizado por camponeses
locais protesta semanalmente em frente às portas da fábrica. Os três primeiros
líderes das mobilizações foram presos.
Liu
Jianqiang, editor do portal China Dialogue e especialista em meio ambiente,
acredita que o crescimento da classe média e a melhora da qualidade de vida
contribuíram com a coragem que a sociedade precisava para levar os protestos do
mundo virtual para o real. “A situação já está intolerável, e é uma ameaça à
saúde e à vida. Morador de nenhuma cidade vai mais aceitar que uma fábrica
esteja matando seus filhos – e filhos únicos – pouco a pouco para garantir suas
altas receitas.” (Fonte: Terra)
O Fórum foi uma proposta apresentada pela FEPAM - Federação Paranaense de Entidades Ambientalistas e pela UNEAP - União de Entidades Ambientalistas do Paraná. Tendo como principal ação, integrar, consolidar e proporcionar condições de fortalecimentos de mais de 170 ONGs deste colegiado, que encontram-se em mais de 100 Municipios do Estado do Paraná. É um espaço democrático, unindo todas as bandeiras do sócio-ambientalismo. As Reuniões do FÓRUM são abertas a toda comunidade, ONG´s, OSCIPS, Fundações. http://www.facebook.com/forumdomovimentoambientalistadoparana https://twitter.com/forumparana @forumparana http://www.forumambientalistadoparana.org/
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