No século passado, nosso
continente sofreu um período de contínua desestabilização por meio de guerras
civis, golpes de Estado, invasões e outros processos violentos. Esta foi a forma
pela qual o Império Britânico dominou a Ibero-América, com a ciência política de
Thomas Hobbes, segundo a qual os poderes coloniais só podem sobreviver quando as
nações subjugadas, ou em vias de sê-lo, são submetidas à permanente
instabilidade. Hoje, como no século passado, os interesses britânicos
regressaram para cá e não poderiam se comportar de maneira diferente.
O ataque britânico está em
marcha em todas as frentes: está-se apoderando de bancos e minas, estatais
estratégicas, redesenhando as fronteiras nacionais e mobilizando as hordas
jacobinas de narcoterroristas, para destruir todos os aspectos da vida
institucional nacional da região.
No Brasil, ao mesmo tempo em
que interesses do Império Britânico se apodera da economia do país, entidades a
seu serviço controlam o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o
melhor instrumento com que contam para desmembrar o País. O reconhecimento feito
pelo líder do MST, Gilmar Mauro, de que sua organização está promovendo uma
"guerra civil de baixa intensidade" em vários pontos do País, revela o propósito
de encetar uma nova fase de ações ofensivas, como foi determinado no IV Encontro
Nacional do MST, realizado em Brasília, em janeiro de 1.999.
Essa nova ofensiva do MST não é
uma decisão soberana na cúpula dirigente local, mas o cumprimento das ordens de
marcha recebidas de seus controladores externos, processo similar ao desfechado,
a partir do início do mesmo ano, pelo seu congênere mexicano Exército Zapatista
de Libertação Nacional (EZLN). A semelhança entre os dois movimentos os torna
clones quase perfeitos, criados no laboratório de "engenharia social" da
decrépita Monarquia britânica, cujo objetivo maior é o desmembramento dos
Estados nacionais soberanos.
A guerra irregular, como forma
de ação, foi importada pelo próprio Gilmar Mauro do EXLN mexicano, a partir do
encontro de La Trinidad, promovido pelos "zapatistas" em 1996, no qual ele foi
delegado oficial por meio de canais organizados dentro do Foro de São Paulo, do
qual ambos são membros. Entretanto, a coordenação mais importante é feita por
intermédio de organismos e representantes pessoais do Establishment
anglo-americano-francês. Um deles é a viúva do falecido presidente francês
François Mitterrand, Danielle Mitterand. Estes círculos oligárquicos têm uma
idéia fixa a respeito de suas iniciativas colonialistas quanto às nações em
desenvolvimento: a destruição dos Estados nacionais soberanos e a criação de
"enclaves étnicos", dentro do esquema geral de formação de um "governo mundial"
oligárquico, o qual mobiliza uma vasta rede de organizaçõeso não-governamentais
(ONGs). O esquema foi proposto para a criação de um "Curdistão" ao Norte do
Iraque, ao final da Guerra do Golfo, em 1.991, e repetido para o Brasil, quando
o casal Mitterrand se uniu ao movimento internacional a favor da criação da
reserva indígena ianomâmi. Em dezembro de 1.997, Danielele Mittrerrand visitou a
localidade de Chenallo, em Chiapas, zona dominada pelo EZLN, que considerou
"similar ao Curdistão". Antes de viajar a Chiapas, ela passou pelo Brasil, onde
se reuniu com seus amigos habituais, o ideólogo do MST Frei Betto e os líderes
da organização.
Embora o MST tenha
intensificado suas ações por todo o País, está claro que sua liderança
selecionou algumas regiões estratégicas para tentar criar enclaves ou zonas
liberadas. O próprio Gilmar Mauro, após voltar do México, afirmou que seu sonho
era criar uma "república" do MST no Pontal do Paranapanema. Ao mesmo tempo, a
revista IstoÉ revelou que fontes ligadas aos serviços de inteligência militar do
Brasil apontavam a região do Sul do Pará como uma provável "zona livre",
selecionada pela cúpula do MST. As áreas selecionadas eram:
1. Rio Grande do Sul, onde o
resultado seria uma queda de produção agrícola drástica numa das regiões mais
produtivas do Pais. com os conflitos no campo já provocados pelo MST, o valor da
terra caiu cerca de 60% no Estado. Ademais, isto levaria o conflito à zona de
fronteira, que historicamente serviu do Império Britânico para traçar sua
geopolítica de controle do Rio da Prata. É evidente que a estratégia do MST é
transformar a crescente massa de miseráveis que a política neoliberal do
presidente Fernando Henrique Cardoso está criando em "refugiados econômicos",
que facilmente podem desestabilizar toda a zona de fronteira.
2. O Pontal de Paranapanema,
onde a investida englobaria parte dos estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso
do Sul, área onde é gerada a metade da energia elétrica do País, que possui uma
densa rede de distribuição de eletricidade e abrange a hidrovia Tietê-Paraná.
3. O Estado do Pará,
especificamente a região compreendida por um raio de 200 km em torno do complexo
mineiro de Carajás - escolhida como um dos focos insurrecionais por possuir
certas características "africanas", como riquezas minerais, florestas e uma
população paupérrima, facilmente manipulável devido à sua marginalização do
processo civilizatório, criado sob a matriz cultural cristã ocidental. Isto é o
que admite um dos líderes do MST na região, o bispo Dom Pedro Casaldáliga, uma
das conexões do movimento com o EZLN mexicano, pela sua íntima colaboração com o
bispo Dom Samuel Ruiz, o verdadeiro comandante do "zapatismo"
mexicano."
O
CONTROLE BRITÂNICO DO MST
Praticamente, desde a fundação
oficial do MST, a monarquia britânica tem presenteado o movimento com ajuda
financeira, ao mesmo tempo em que se converteu, por meio de várias de suas
fundações, na principal patrocinadora da imagem internacional do movimento
fornecendo-lhe um disfarce de genuíno movimento em prol da justiça social. A
relação do MST com a casa de Windsor se realiza principalmente por intermédio de
dois canais, o Conselho Mundial
de Igrejas (CMI) e o Departamento do Desenvolvimento para o
Gabinete Internacional (DFID), o antigo Colonial, que
centralizou o apoio britânico aos líderes responsáveis pelo genocídio em curso
na África Central.
O MST foi oficialmente fundado
em 1.984, pela Comissão Pastoral da Terra (CPT). Esta, por sua vez, deve sua
criação a outra entidade que nasceu no Brasil nos anos 70, graças ao apoio que
recebeu do CMI, a Comissão da Justiça e Paz, controlada pelo agora ex-arcebispo
de São Paulo, cardeal Dom Paulo Evaristo Arns. Atualmente, as principais figuras
da CPT se converteram de fato nos verdadeiros comandantes do MST, como os bispos
Tomás Balduino e Pedro Casaldáliga. A CPT foi fundada em Goiânia, em abril de
1.975; atualmente faz parte da organização Pax Christi, sediada na Bélgica, uma
ONG com ativo trabalho na Colômbia, onde intermediou vários seqüestros
perpetrados pela narcoguerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia
(FARC).
Segundo o jornal Gazeta Mercantil de
21 de outubro de 1997, um representante do MST, Delwek Matheus, foi recebido em
Londres por ninguém menos que o recém-nomeado vice-ministro britânico de
Desenvolvimento Internacional, George Fowles.
Durante o governo John Major, o
DFID era dirigido por lady Lynda Chalker, que coordenou pessoalmente o apoio
oficial britânico aos genocidas da África Central, Laurent Kabila, do ex-Zaire
(atual República Democrática do Congo), Yoweri Museveni, de Uganda e Paul
Kagame, de Ruanda. No atual Governo inglês, encabeçado por Tony Blair, esta
política não foi alterada.
Em agosto de 1.997, Diolinda
Alves de Souza, alta dirigente do MST, viajou à Europa para evitar a prisão de
seu marido José Rainha - considerado o líder militar maoísta do movimento e, à
época, seu coordenador na crítica região do Pontal - , que fora condenado a 26
anos de prisão por sua suposta participação em dois assassinatos cometidos por
sem-terras em Pedro Canário (ES). Sua viagem foi patrocinada pela Christian Aid
(CA), organização filantrópica oficial das 40 igrejas da Inglaterra e Irlanda,
encabeçada pela Igreja Anglicana e cujo chefe superior é a própria rainha
Elizabeth II. A CA integra a estrutura do CMI e, igualmente, a rede do "Império
Invisível" britânico, pois tem assento na Crown Agens Foudation (Fundação dos
Agentes da Coroa), entidade recém-privatizada, que trabalha em coordenação com o
DFID. A CA tem financiado o MST desde 1986 e não lhe tem negado apoio político
em momentos cruciais. Em abril de 1996, após o sangrento confronto com a Polícia
MIlitar provocado pelo MST em Eldorado de Carajás (PA), o diretor do Projeto
Brasil da CA, Domingos Armani, não perdeu tempo em jogar lenha na fogueira,
afirmando publicamente: "O massacre é o resultado direto da
falta de reforma agrária".
Além da CA, a viagem de
Diolinda teve patrocínio de várias ONGs, como os Amigos da Terra e a Oxfam, que
tiveram importante participação na mobilização internacional que impôs ao Brasil
a criação da reserva indígena ianomâmi. Na realidade, esta foi a "madrinha" do
casamento do MST com o EZLN, consagrado durante o encontro de La Trinidad, em
junho de 1.996.
Além da antiga relação com a
CA, o MST desenvolve laços com outras organizações similares:
. em 1991, a Right Livelihood
Foundation (RSF) outorgou o seu prêmio anual Right Livelihood Award ao padre
Ricardo Rezende, da Comissão Pastoral da tErra (CPT); a RLF patrocinou as
pesquisas do líder do MST, João Pedro Stédile, para seu livro A luta pela terra no
Brasil, escrito a quaro mãos com frei Sérgio Görgen, um dos líderes
do movimento no Rio Grande do sul;
.em 1992, a Anti-Slavery
International (ASI - Internacional Anti-Escravidão) outorgou ao padre Rezende
sua medalha anual. A ASI foi criada em 1787 por famílias oligarcas da Inglaterra
como os Wilberforce e os Buxton. O atual lorde Buxton é um dos vice-presidentes
do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), do príncipe Philip;
. em fevereiro de 1.997, o MST
recebeu o Prêmio Internacional Rei Balduino, outorgado pela casa real da
Bélgica. Em 1989, o prêmio foi conferido ao falecido pedagogo Paulo Freire, que
foi um dos principais ideólogos do MST.
MÁFIA
VERDE - 3ª
EDIÇÃO - 2001 - PÁG. 217.
Pedidos
telefaxes 21) 532 4086
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e-mail: ocomplo@terra.com.br
R. México, 31 - s 202 -
Rio de Janeiro-RJ CEP 20031 144.
Foi escrito por uma
equipe de investigadores da revista Executive Intelligence Review
(EIR).
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