General Valmir Fonseca Azevedo
Pereira
Reflexões: O nosso jeitinho frouxo e cretino de
ser Lá se vai
mais um ano, e a cada dia torna-se impossível continuar sendo orgulhoso de ser
brasileiro. Estamos em paz com a nossa consciência (?), pois não importa se
vivemos sob a ditadura da corrupção e que o peculato não é crime, mas sinal
de inteligência (gostou do elogio Lupi?), e o que interessa é que vivemos
despreocupados e que o problema é dos outros, não nos interessando se os outros
são VOCÊS. Depois, que do nada viramos um tudo e passamos a usufruir de
carros, mulheres, riquezas, poder e impunidade. Nós atingimos o panteão da
esbórnia institucionalizada sem o menor esforço. Não importa que o País esteja
estratificado, o que importa é que vivemos em êxtase.
No País, testemunhamos um
verdadeiro milagre em andamento, que promete durar mais vinte, trinta anos.
Não adianta falar que a carga tributária do brasileiro está próxima de
40% do PIB, e que o país tem um dos piores índices de qualificação e eficiência
de seus serviços públicos. Não importa que o país acumule troféus de
incompetência, seja no IDH, o 84º lugar; no analfabetismo, o 95º; na mortalidade
infantil, o 106º; na renda per capita, o 71º; e ocupe apenas o 52º lugar entre
110 países melhor para se viver, e que estamos no primeiro lugar do mundo
em corrupção, com mais de R$ 80 bilhões desviados do bolso de
VOCÊS. Se
alguém afirma que o metrô de Brasília é o mais caro do mundo, não podemos deixar
de falar com a boca cheia, que nada devemos às mais avançadas nações do mundo.
Sim, quantos países atingiram tal situação? Quantos países podem taxar os
remédios, e o brasileiro é um doente crônico, com 33,9% de impostos, que pagamos
sem o menor muxoxo? O que importa, se temos apenas 3% do Produto Interno
Bruto (PIB) mundial, e uma participação no comércio mundial em torno de 2%, e
que a nossa dívida interna está só em um trilhão e 500 bilhões de reais? Sem
contar, que patrocinamos uma bolsa-família que paga para cinco filhos, e até os
quinze anos de idade. E, conforme a necessidade de cooptação de votos, o atual
benemérito desgoverno pode ampliar o leque, pois sabe que alguém sempre pagará a
conta. Devemos apedrejar os que soltam vitupérios contra esta maravilhosa
gestão, alegando que no período de janeiro a outubro de 2011, o Governo Federal
já gastou R$ 197,7 bilhões de juros da dívida pública. Esse valor
astronômico é superior à soma dos orçamentos anuais da saúde e da educação, que
somaram R$ 143 bilhões. Não importa que a presidenta no exterior,
impossibilitada de negar-se a dar uma entrevista não diga coisa com coisa e,
para piorar, tropece nas palavras, que soam com gritante incoerência. No País,
atém-se a um texto pobre, elaborado para não colocar em circuito sua imensa teia
de neurônios mortos (provavelmente, durante as sessões de tortura). Não
importa que nada de grandioso tenha sido construído nos últimos dez anos para
sedimentar necessidade futuras, seja na infraestrutura seja na educação, pois
acreditamos piamente que Deus é brasileiro, e ele nos proverá. Não temos
escolas, nem hospitais, mas teremos imensos e majestosos estádios de futebol,
pois nossa sêde de circo é imensurável. Quanto ao pão, haverá sempre uma bolsa
com uma cesta fornecida por ELLES, às suas expensas. Com a inflação subindo,
para 2012, modifiquemos os índices dos seus componentes e, ela diminuirá.
Viram como é fácil? Sim, estamos orgulhosos, pois apesar de tudo,
aumentamos o nosso já elevado índice de aceitação, tanto do EX como da atual
presidente. Sim, somos calhordas, mas quem não é, somos jeitosos, somos
coniventes, malandros, aproveitadores e, sabiamente, mandamos o futuro para o
inferno. É isso aí gente, ninguém vive de valores, ninguém está preocupado
com honestidade, com princípios, com justiça, abdicamos de pruridos que na
prática tolhem espertezas. Por tudo, estamos eufóricos, que se preocupem com
o amanhã aqueles que vierem no futuro. A vida atual é boa, não a estraguemos
lendo jornais e revistas aos serviços da fajuta oposição. O nosso espelho é
a metamorfose ambulante, exemplo de que tudo se pode. E, no espelho, refletimos
a imagem de nosso mestre, e como a dele, as nossas faces enchem-se de orgulho.
Nós somos os caras. De fato, somos honoris em causa própria,
em patifarias, em malandrices; o que trocando em miúdos, nos eleva aos píncaros
do gênero cafajeste de ser dos vivaldinos.
Brasília, DF, 02 de agosto de
2012 General Valmir Fonseca Azevedo Pereira
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