CASAN
e o canetaço do doutor Cordiolli
Ana
Echevenguá, advogada ambientalista
Em
Catanduvas-SC, o representante do Ministério
Público Estadual
levou ao conhecimento do Poder Judiciário um problema sério: a Companhia
Catarinense de Águas e Saneamento – CASAN – desde 2005, despeja esgoto
diretamente no Rio Catanduvas; e cobra dos usuários a respectiva tarifa de
esgoto.
O
processo (Autos n° 218.08.000676-6,
Ação Civil Pública*) caiu nas mãos do magistrado Fernando Cordiolli Garcia, que
virou um bom exemplo do Poder Judiciário Catarinense quando o assunto é defesa e
proteção do nosso meio ambiente.
Sua
decisão – como tantas outras – foi brilhante e ganharia ampla divulgação se
tivéssemos uma mídia comprometida com os interesses do cidadão de bem e do meio
ambiente ecologicamente equilibrado. Ele ordenou que, em virtude dos atos
praticados, a CASAN:
-
pague uma indenização de “R$1.000.000,00 (um milhão de reais),
montante alcançado diante do valor de aproximadamente R$100,00,
arbitrados para habitante catanduvense. Frise-se que para uma população de cerca
de dez mil habitantes, o valor de R$100,00 distribuídos por práticas poluidoras
que se contam, no mínimo, há cinco anos, traduzem-se, em verdade, em valor meramente simbólico que não corresponde
ao bem jurídico tutelado, mas que reputo suficiente para anular as vantagens até
então auferidas pela CASAN”;
-
pare de exigir o pagamento da tarifa do esgoto já que ela não presta o serviço
que deveria prestar, “traduzindo-se por
isso em uma medida coercitiva necessária à proteção dos interesses
coletivos”.
Caso
a CASAN descumpra a sua decisão e venha “a cobrar qualquer valor dos usuários do
serviço de esgoto abrangidos pela rede da ETE de Catanduvas, fixo multa de
R$5.000,00, em prol de cada consumidor indevidamente
cobrado”.
Além
disso, determinou “a restituição das
tarifas anteriormente cobradas, pois reconhecido que desde março de 2005, por
esta decisão, que não houve tratamento algum de
esgoto”.
Doutor
Cordiolli amparou-se tanto nas normas legais vigentes como no princípio
elementar dos contratos, “posto
que não se pode exigir dos habitantes de Catanduvas o pagamento por um serviço
que não lhes é prestado”.
Claro
que a CASAN recorreu ao Tribunal de Justiça. Vamos torcer para que este não
reforme o julgamento. Afinal, estamos cansados de decisões
exclusivamente
políticas,
desvinculadas
do âmbito jurídico da questão e da
distribuição de Justiça,
em prejuízo dos direitos do cidadão!
Leiam
a decisão na íntegra. Precisamos buscar o auxílio do Ministério Público e do
Poder Judiciário para os problemas que enfrentamos com a CASAN: destruição de
nossos mananciais, poluição reiterada de nossas águas e solo, cobranças por
serviços não prestados ou prestados de forma precária...
* -
http://esaj.tjsc.jus.br/cpo/pg/search.do;jsessionid=522ED363894C9D1D851CEA38FF985F2C.cpo1?
paginaConsulta=1&localPesquisa.cdLocal=218&cbPesquisa=NUMPROC&tipoNuProcesso=SAJ&numeroDigitoAnoUnificado=&foroNumeroUnificado=&dePesquisaNuUnificado=&dePesquisa=218.08.000676-6
Ana Echevenguá - advogada
ambientalista - OAB/SC 17.413ana@ecoeacao.com.br
Instituto Eco&Ação - www.ecoeacao.com.br
(48) 91343713 (vivo)
(48) 96459621 (tim)
Florianópolis - SC
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Doutora Ana Echevenguá, em Joinville a Cia Aguas de Joinville, faz o mesmo, lança todo o lodo toxico gerado no tratamento das aguas, novamente no rio Cubatão abaixo da captação. O ministerio publico federal esta exigindo a construção de uma ETE - estação de tratamento desses efluentes, mas a CAJ e sua diretoria preferem aplicar o dinheiro em predios, carros, empregos politicos, mas para o Rio Cubatão não ha investimento na proteção ambiental.
ResponderExcluirAté o Comite de bacia hidrografica do Rio Cubatão norte não tem feito o papel que lhe é atribuido por Lei.Talvez com a condenação feita pelo Promotor Cordiolli, os daqui se encoragem e defendam a sociedade de praticas danosas ao meio ambiente.
Corretíssimo, doutor Gert... precisamos difundir tais decisões... e tentar replicá-las dentro do Poder Judiciário. Não temos outra alternativa sob pena de destruirmos todas as nossas águas. Precisamos exigir seriedade e eficiência no tratamento do esgoto que produzimos. Obrigada pela postagem em seu blog. Admiro seu trabalho na defesa e preservação do que resta do nosso meio ambiente. Abraços.
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