Patrimônio tombado de Joinville desde 2005, a rua das Palmeiras vem sofrendo com as avarias do tempo e de frequentadores nada amigáveis. Mas um projeto sonha em resgatar o respeito e o glamour da antiga alameda Brüstlein, como era conhecida pelos primeiros colonizadores.
O projeto de requalificação urbana da rua das Palmeiras foi desenvolvido pela Fundação Cultural, Ippuj, Seinfra, Conurb e Secretaria Regional do Centro e será apresentado oficialmente hoje, na presença do prefeito Carlito Merss e do presidente da FCJ, Silvestre Ferreira. Na mesma ocasião, também será apresentado o Plano Municipal de Cultura.
Mas a notícia da revitalização da rua das Palmeiras, no coração de Joinville, não agradou ao autor da última intervenção no ponto turístico, feita na década de 1970. Em passagem pela cidade, Juarez Machado tomou conhecimento das mudanças e volta para Paris, onde atualmente reside, com má impressão da nova proposta para o espaço, que começa a ser posta em prática a partir de amanhã. “Me sinto magoado, traído por não terem me consultado. Estão mexendo no que temos de mais nobre em Joinville”, opina.
Além da abertura da ala central da rua, a mudança prevê a ligação direta do espaço com o Museu Nacional de Imigração e Colonização, a partir da implantação de uma faixa de pedestres elevada na rua Rio Branco.
Juarez Machado foi o responsável por pensar a atual configuração paisagística do cartão-postal de Joinville. O projeto fechou a rua das Palmeiras para os veículos, mantendo o trânsito somente de moradores da localidade. Juarez Machado também introduziu gramados e ornamentou a rua com flores, que, segundo ele, possibilitaram que os joinvilenses tivessem a rua como um local de lazer para ler, namorar e brincar, sempre com o lema “é permitido pisar na grama”. “Duvido que algum outro projeto seja melhor do que o meu”, desafia.
A Fundação Cultural de Joinville não se pronunciou oficialmente sobre a discussão mas, para o coordenador de patrimônio cultural da fundação, Raul Valter da Luz, a revitalização não nega o projeto elaborado pelo artista, apenas possibilita uma maior acessibilidade para pedestres, que terão uma pista central à plantação de palmeiras, e outra ao lado exclusivamente para transitarem. O fluxo eventual de carros, que atualmente divide-se nas laterais da alameda, será canalizado para uma única pista. “A rua das Palmeiras sofreu modificações durante toda a sua história para atender às necessidades da cidade. Não queremos contrariar o artista, mas a revitalização era um pedido da comunidade”, explica o funcionário.
A reconfiguração da rua das Palmeiras passa por estudos e comissões desde 2002. Em 2004, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), na época representado pelo superintendente regional Dalmo Vieira Filho, aprovou a alteração na área tombada. Marcel Virmond Vieira, arquiteto e urbanista do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (Ippuj), um dos profissionais que assina o projeto de revitalização, conta que a ideia de repaginar o cartão-postal surgiu durante a criação de rotas de caminhada no Centro de Joinville, e que a essência do projeto do artista, que foi retirar os carros do ponto turístico, será mantida. “A ideia é de que o espaço vire uma praça para a realização de eventos e, assim, atrair mais pessoas para o lugar. Agora é questão de diplomacia, necessidade de fazer uma reaproximação entre Juarez Machado e a Fundação Cultural”, avalia Marcel.
Em sua última visita à cidade, o artista acompanhou por horas a movimentação da rua das Palmeiras, afim de perceber como ela estava sendo ocupada pelos moradores. O resultado não o agradou. O atual uso em nada alcança o que foi projetado há 40 anos, segundo o artista. “A rua deveria ser uma alameda cultural, com comércio de produções catarinenses, gastronomia, ao invés de estacionamentos”, critica.
5 de março de 2012
5 de março de 2012
A rua é pública e quem deve saber o que precisa ser feito é a Prefeitura e a população que VIVE AQUI. E não um artista que trocou a cidade pela Europa há tempos.
“Duvido que algum outro projeto seja melhor do que o meu”? Mas é muita pretensão mesmo. Não tenho nada contra, mas será que ele acha que é o único ser pensante desta cidade?
É evidente o seu talento, mas daí a achar que deve obrigatoriamente ser consultado antes de mudar algo na cidade é um pouco de abuso.
5 de março de 2012
5 de março de 2012
valeuuu
5 de março de 2012
O local não oferece segurança. Os imoveis desocupados e ou mal aproveitados não terão o seu uso alterado só porque vão maquiar o local. Melhor uso do dinheiro seria desapropriar pelo menos um imovel e instalar por exemplo delegacia de policia que
faria o policiamento do local 24 horas.
5 de março de 2012
5 de março de 2012
5 de março de 2012
5 de março de 2012
5 de março de 2012
Ah, ia esquecendo... morar em Paris não é para qualquer um...
5 de março de 2012
5 de março de 2012
5 de março de 2012
5 de março de 2012
6 de março de 2012