18 de março de 2012

Catástrofes atmosféricas e o despreparo para salvar o povo.

Catástrofes atmosféricas e o despreparo para salvar o povo.
Gert Roland Fischer(*)

Muito se discute sobre as mudanças do clima observadas nos anos recentes. O Oeste dos estados do sul, há dez anos vem apresentando períodos de estiagem cada vez mais longos. As cenas de rios secos, cacimbas de lama, animais secos e mortos eram cenas de pura ficção. Hoje amargam prejuízos e sofrimentos dos descendentes colonizadores das regiões fustigadas.
Em outras regiões do planeta, chove hoje, o mesmo que chovia no começo do século XX. Todavia essa mesma chuva - em vez de se precipitar em 60 dias, despenca como  cachoeira em 30 minutos. O desastre que tais volumes significam para as condições brasileiras são  dramáticas e patéticas.
Pesquisadores vem anunciando que as mudanças estão ocorrendo. Milímetro por milímetro os mares estão subindo. Centésimo de grau Celsius estão subindo a temperatura da atmosfera. Com isso o adelgaçamento das capas de gelo ocorre rápida. As geleiras estão encolhendo. Pistas de esqui que há poucos anos movimentavam milhões de turistas, hoje são pastagens para criação de gado leiteiro.
O “permafrost” no Ártico libera metano da turfa descongelada em volumes assustadores produzindo em pequenas crateras, esquichos de ar com ruídos equivalentes a centenas de motores a jato fazendo força para levantar as aeronaves. O metano tem o poder de aquecimento da atmosfera 22 vezes maior que o CO2.
Nesse ínterim as autoridades que elegemos, além de não ligarem para esse drama que apavora a humanidade, estão preocupados em corromper e tirar vantagens pessoais dos impostos que nos obrigam a pagar cada vez mais. O povo que se lixe.
Os fóruns climáticos estaduais são meros cabides de comissionados que participaram das ultimas eleições. Não entendem e não sabem de nada. Nos saqueiam e impedem que pessoas com conhecimento acumulado, possam em seus lugares, promover a segurança ambiental que ainda não realizamos.
As assembléias legislativas estaduais não discutiram a legislação para enfrentamento das mudanças climáticas. Legislações emergenciais que deveriam ter sido aprovadas na década passada, sequer chegaram com seus rascunhos nas comissões das assembléias.
Teremos milhares e milhares de pessoas migrando devido as estiagens e a menos de 600 km de distancia teremos outros tantos milhares sendo desalojados pela expansão das margens dos rios violentos e arrasadores. Os barrancos se despencarão tal qual avalanches de neve soterrando vales inteiros com mortes que jamais serão contabilizadas. Os fundos de socorro não foram criados. Todo o dinheiro que arrecadamos é totalmente desviado para uso próprio dos políticos e do funcionalismo.
O juízo final esta às portas e a rataiada continua roendo os pilares mestres das casas. Os pobres e os desassistidos serão os que morrerão primeiro. Não terão forças e meios de restabelecer as famílias dilaceradas pelas turbulências atmosféricas.
Vamos assistir esse grande desastre anunciado, praticando a corrupção e o roubo das verbas emergenciais creditadas por Brasília. Prefeitos e Governadores estão esperando ansiosamente pelas catástrofes atmosféricas para decretarem estados de emergência. O despreparo do povo e a esperteza da canalha política se apropriarão desses milhões que não serão controlados pelos tribunais de contas.  O sofrimento dos que perderam tudo e grande parte da família será aumentado por esses bandos que se aproveitam da desgraça alheia.

Que DEUS tenha compaixão desse pobre e sofrido povo que não sabe votar.

(*)apresentador do programa ECOLOGIA EM AÇÃO da TV Cidade de Joinville laureado pela United Nations Environmental Program das Nações Unidas com o PREMIO GLOBAL 500 em 1989 em Bruxelas na Bélgica. Em 1988, Chico Mendes foi laureado com o mesmo Premio no Japão.  

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