Catástrofes atmosféricas e o
despreparo para salvar o povo.
Gert Roland Fischer(*)
Muito se discute sobre as
mudanças do clima observadas nos anos recentes. O Oeste dos estados do sul, há
dez anos vem apresentando períodos de estiagem cada vez mais longos. As cenas
de rios secos, cacimbas de lama, animais secos e mortos eram cenas de pura
ficção. Hoje amargam prejuízos e sofrimentos dos descendentes colonizadores das
regiões fustigadas.
Em outras regiões do planeta,
chove hoje, o mesmo que chovia no começo do século XX. Todavia essa mesma chuva
- em vez de se precipitar em 60 dias, despenca como cachoeira em 30 minutos. O desastre que tais
volumes significam para as condições brasileiras são dramáticas e patéticas.
Pesquisadores vem anunciando que
as mudanças estão ocorrendo. Milímetro por milímetro os mares estão subindo.
Centésimo de grau Celsius estão subindo a temperatura da atmosfera. Com isso o
adelgaçamento das capas de gelo ocorre rápida. As geleiras estão encolhendo.
Pistas de esqui que há poucos anos movimentavam milhões de turistas, hoje são
pastagens para criação de gado leiteiro.
O “permafrost” no Ártico libera
metano da turfa descongelada em volumes assustadores produzindo em pequenas
crateras, esquichos de ar com ruídos equivalentes a centenas de motores a jato
fazendo força para levantar as aeronaves. O metano tem o poder de aquecimento
da atmosfera 22 vezes maior que o CO2.
Nesse ínterim as autoridades que
elegemos, além de não ligarem para esse drama que apavora a humanidade, estão
preocupados em corromper e tirar vantagens pessoais dos impostos que nos
obrigam a pagar cada vez mais. O povo que se lixe.
Os fóruns climáticos estaduais
são meros cabides de comissionados que participaram das ultimas eleições. Não
entendem e não sabem de nada. Nos saqueiam e impedem que pessoas com
conhecimento acumulado, possam em seus lugares, promover a segurança ambiental
que ainda não realizamos.
As assembléias legislativas
estaduais não discutiram a legislação para enfrentamento das mudanças
climáticas. Legislações emergenciais que deveriam ter sido aprovadas na década
passada, sequer chegaram com seus rascunhos nas comissões das assembléias.
Teremos milhares e milhares de
pessoas migrando devido as estiagens e a menos de 600 km de distancia teremos
outros tantos milhares sendo desalojados pela expansão das margens dos rios
violentos e arrasadores. Os barrancos se despencarão tal qual avalanches de
neve soterrando vales inteiros com mortes que jamais serão contabilizadas. Os
fundos de socorro não foram criados. Todo o dinheiro que arrecadamos é
totalmente desviado para uso próprio dos políticos e do funcionalismo.
O juízo final esta às portas e a
rataiada continua roendo os pilares mestres das casas. Os pobres e os
desassistidos serão os que morrerão primeiro. Não terão forças e meios de
restabelecer as famílias dilaceradas pelas turbulências atmosféricas.
Vamos assistir esse grande
desastre anunciado, praticando a corrupção e o roubo das verbas emergenciais
creditadas por Brasília. Prefeitos e Governadores estão esperando ansiosamente
pelas catástrofes atmosféricas para decretarem estados de emergência. O
despreparo do povo e a esperteza da canalha política se apropriarão desses
milhões que não serão controlados pelos tribunais de contas. O sofrimento dos que perderam tudo e grande
parte da família será aumentado por esses bandos que se aproveitam da desgraça
alheia.
Que DEUS tenha compaixão desse
pobre e sofrido povo que não sabe votar.
(*)apresentador do programa ECOLOGIA
EM AÇÃO da TV Cidade de Joinville laureado pela United Nations Environmental Program das Nações Unidas com o PREMIO GLOBAL 500 em 1989 em Bruxelas na Bélgica. Em 1988, Chico Mendes foi laureado com o mesmo Premio no Japão.
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