29 de fevereiro de 2012

Sensacionalismo varzeano da imprensa de aluguel e das autoridades sanitárias sobre o Caramujo Africano.



Gert Roland Fischer(*)
Comento entrevista da pesquisadora Silvana Thiego do departamento de Melacologia do Instsituto Oswaldo Cruz da Fiocruz concedida para a Renata Fontoura jornalista do IOC/FIOCRUS -  jornalismo@ioc.fiocruz.br; da Agencia de Noticias da Fiocruz.
Silvana Thiego trabalha no Departamento de Malacologia do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) da Fiocruz, que é centro de referência nacional em malacologia médica, atua na identificação do molusco e no estudo das doenças que ele pode transmitir ao homem.
Fala dos  reais riscos oferecidos pela espécie e esclarece quais cuidados que devem ser tomados pela população.
Silvana Thiengo mostra parte dos exemplares de caramujos que guarda em seu laboratório (Foto: Ana Limp)
Sivana comenta que existem duas zoonoses que podem ser transmitidas pelo caramujo africano. Uma delas é chamada de meningite eosinofílica, causada por um verme [Angiostrongylus cantonensis], que passa pelo sistema nervoso central, antes de se alojar nos pulmões. A doença so prospera se houver no ciclo moluscos e roedores.
Silvana não  especificou  quais os moluscos e roedores que fazem parte dessa pesquisa. Entre moluscos constam centenas de caracóis nativos que também poderão ser transmissores. Os roedores são inúmeros e a pesquisa não deve ter chegado tão longe. Concluindo disse: O homem pode entrar acidentalmente neste ciclo.
Todavia o mais estarrecedor de todas as informações, Silvana informou que no Brasil não há registro de nenhum caso da doença.
Sivana também comentou sobre o angiostrongilíase abdominal, outro nematóide que pode colonizar os caramujos nativos e também o Achatina. Disse que existem alguns poucos casos já registrados no Brasil, todavia não foram de forma alguma transmitidos pelo caramujo africano.
A pesquisadora comentou ainda que a angiostrangilíase abdominal [causada pelo parasito Angiostrongylus costaricensis] muitas vezes é assintomática, mas em alguns casos pode levar ao óbito, por perfuração intestinal e peritonite.
Atentem para a importante e significativa informação conclusiva oferecida pela pesquisadora:
“Em testes realizados em laboratório, Achatina fulica não se revelou um bom hospedeiro, sendo portanto considerado um hospedeiro potencial para o parasita,  causador da angiostrongilíase abdominal – mas, friso, trata-se de um hospedeiro potencial.”
Quanto ao  risco de os caramujos africanos passarem a transmitir estas doenças a pesquisadora Silvana informou:
No atual estado do conhecimento, podemos afirmar que o risco do caramujo africano transmitir estas duas parasitoses é muito pequeno”.
Quantos aos  cuidados que a  população deve tomar, a pesquisadora recomenda a catação manual com as mãos protegidas com luvas ou sacos plásticos.
Todos os horticultores urbanos utilizam luvas de borracha para não sujarem as um hás, mãos e cutículas, além de não causarem danos a pele proveniente de microordanismos existentes no solo.
O caramujo africano costuma ser confundido com um molusco nativo brasileiro, o Megalobulimus sp, conhecido como caramujo-da-boca-rosada ou aruá-do-mato espécie da nossa fauna e se parece com o Achatina fulica por seu tamanho, o que é um alto risco para a preservação das espécies de caracóis brasileiros. Professores deverão antes de assumirem a responsabilidade por coletas de caracóis, deverão ministrar ensinamentos básicos aos alunos no sentido de evitar a predação das espécies nativas.
Silvana  informa que “a concha de Achatina fulica tem mais giros e é mais alongada. Já a concha do Megalobulimus sp é mais bojuda, gorda, tem menos giros e sua abertura é espessa, não cortante”.
Concluo: Para tanto estardalhaço criado pela da mídia catarinense e Joinvilense, aterrorizando as famílias e as crianças que sempre brincaram com os caramujos, me vem uma grande pergunta:
O que estará atrás desse sensacionalismo. A quem interessa essas desinformações ?
Para ler a entrevista completa você pode acessar: http://www.fiocruz.br/ccs/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?from_info_index=211&infoid=770&sid=3
(*) Eng. agrônomo CREA-SC 001288-4 profissional e legalmente autorizado a comentar sobre a Achatina fulica e demais caramujos brasileiros

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