12 de outubro – Dia do Engenheiro Agrônomo
• Gert Roland Fischer
Aproveito a data para fazer algumas considerações sobre a profissão que exerço há 52 anos. No exercício da profissão, derrubei dezenas de mitos e mostrei que esse profissional não precisa necessariamente calçar botas e chapéu.
A bota e chapéu equipamentos de proteção individual – EPIs - são importantes, mas não podem as faculdades de agronomia continuar formando tão somente esse profissional, que se for trabalhar para o produtor familiar ou nos assentamentos do MST, sucumbirá certamente.
As oportunidades são hoje ilimitadas. Estão os agrônomos fazendo parte das diretorias de grandes frigoríficos, são prefeitos, vereadores, deputados, administradores de grandes shoppings, trabalham em gestão ambiental, gestão florestal, na indústria da madeira, em projetos de recuperação de deslizamentos causados pelas mudanças climáticas, na pesquisa, na biotecnologia, em terraplanagem, em jardinagem, na aviação agrícola, no credito rural, no cooperativismo, e muitos outros cenários criados recentemente com demanda crescente e reprimida. Não existem esses profissionais em numero que possa atender ao mercado brasileiro.
Os currículos das faculdades de agronomia devem mudar e radicalmente. Devem preparar agrônomos que saibam contratar operadores de colheitadeiras com cabines de ar condicionado e computadores que planejam por satélite, soltando o adubo, o calcário e as sementes de acordo com as condições edáficas.
As pragas não se combatem mais com venenos que matam principalmente os consumidores de tomates, pimentões, morangos e maçãs. As pragas não são mais pragas, são desequilíbrios provocados por outros engenheiros agrônomos de outras décadas. Os desequilíbrios são remediados por outros insetos predadores de “pragas” A mosca branca do feijão não será mais problemas dentro de dois ou três anos, pois outros tantos pesquisadores engenheiros agrônomos criaram variedades resistentes biotecnologicamente e os pesticidas químicos deixarão de ser o elemento da morte de tudo que é tocado por eles.
Produzimos uvas no nordeste onde jamais se imaginou. Os vinhos do Nordeste brasileiro estão fazendo nome. As safras não são mais orientadas pelas quatro estações climáticas, mas pela irrigação, pela desbrota, pela genética. Aí também há grande carência de engenheiros agrônomos.
Precisamos de engenheiros agrônomos para reduzir as queimadas criminosas que esterilizam o solo brasileiro e fazem o maior churrasco do planeta com os animais nativos que são mortos. Portanto a profissão que há 50 anos atrás era da bota e chapéu, deixou de sê-lo. Hoje temos engenheiros agrônomos em todos os setores da economia.
Deixou de ser a profissão do futuro.
• Gert Roland Fischer é eng°. agrônomo, auditor ambiental líder, produtor de TV, escritor, supervisor ambiental de mega projeto, ambientalista voluntario e cidadão.
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